Farias Brito é um desses homens cuja biografia acentua sobremaneira a emoção — e não há outra palavra — que experimentamos em contato com suas obras. É impossível não se comover, e não ser tomado da mais profunda admiração ao constatar que estas, mais do que o valor que possuem como obras, representam uma vitória extraordinária sobre as circunstâncias que pareciam condenar o filósofo a jamais sê-lo, a jamais sequer pensar em sê-lo. Pensamos no menino, e em seguida vemos o homem. Lemos e relemos a prova material do impossível, e então somos obrigados, pela honra, a deixar de lado todas as questões supérfluas e saudar, num grito de reconhecimento e consideração, o espírito que se provou valoroso pela vida e eternizou-se pelo exemplo de superação.