Se o espiritismo seguramente…

Se o espiritismo seguramente ainda não logrou convencer o mundo a respeito dos fenômenos que documenta e explica com notável riqueza de detalhes, o ter presenteado o mesmo mundo com algumas das personalidades mais virtuosas que pisaram nesta terra nos últimos dois séculos é a garantia de que perdurará. Se não pela originalidade da doutrina, se não pela curiosa exposição do extraordinário, é pelo exemplo que já conquistou o seu lugar entre as religiões mais sólidas e interessantes do planeta.

Um estudo aprofundado das religiões…

Um estudo aprofundado das religiões ocidentais e orientais demonstra que, cada uma à sua maneira, elas conduzem o espírito a refletir sobre as questões essenciais. Debruçando-se sobre várias delas, conhecendo-lhe os altíssimos porta-vozes, o mais difícil é decidir-se por este ou aquele, e não por ambos, e não por todas. Para além da conveniência, contudo, parece necessário escolher a fim de que a prática se norteie e se reforce numa tradição. Uma escolha talvez arbitrária, mas que resulta num compromisso quase sempre enriquecedor.

A crença suplanta a descrença

A crença suplanta a descrença em todos os casos por estar disposta às últimas consequências, visto que se ampara em algo maior. Vence, portanto, como vencem aqueles que se despegam de si mesmos, desconhecem limites e não se acorrentam no ilusório presente. Nesta batalha, há um fim necessário e, mirando-o, só um dos lados o encara com resolução.

É na religião que se fundamentam…

Quase sempre, é na religião que se fundamentam os atos de maior grandeza praticados por homens de todas as civilizações. E disso facilmente se nota a importância da educação religiosa, e quão proveitosa ela pode se mostrar na formação do caráter. É muito difícil imaginar um ateu médio capaz de suportar com altivez as duríssimas provações que tão frequentemente encontramos na vida de grandes religiosos, quando o necessário é justamente fazer aquilo para o qual não foi instruído: amparar-se em algo maior. Diante das dificuldades, o ateu está sempre em desvantagem, e o utilitarismo que o mais das vezes cultiva é a garantia de que, cedo ou tarde, ser-lhe-á conveniente a escolha da corrupção.