Um grande escritor não escreve para a sua geração e deve aceitá-lo. Mais difícil será o fazê-lo quanto mais perca o senso da própria grandeza ou, antes, da grandeza da própria missão. O fazer literário, o desejo de inserir-se na literatura tem de ser encarado, primariamente, como um reconhecimento do valor e do poder das letras. Manifestar-se desta, e não de outra forma, implica meditar e escolher. Por que a literatura? A reflexão logo apontará o óbvio: o escritor é alguém transformado por ela, e escreve porque assim fizeram os objetos de sua admiração.