Na arena do pensamento, quando nasce uma nova ideia, ainda que não seja senão uma nova roupagem para uma ideia antiga, é certo que, mais cedo ou mais tarde, brotará também a sua antítese, a qual haverá de se disseminar com uma força proporcional. A precisão desta regra parece apontar-nos para o caráter cíclico do pensamento humano: um ciclo, porém, que não se resume a um círculo fechado de eventos que se repetem, mas, através de um movimento que parece avançar e retroceder, expandir e contrair, afirmar e negar, desenvolvendo-se numa série de etapas razoavelmente previsíveis, aumenta a própria complexidade e dá nuances novas à medida que o tempo avança. Um ciclo, pois, criativo, que exige as controvérsias para se desenvolver.