Ainda outra de Maricá:
Os sábios não dizem tudo, nem o melhor que sabem: receiam com razão não serem compreendidos, mas perseguidos.
Se assim é, temos de reconhecer os sábios como uma casta especial dentre os covardes. Não, senhor marquês, de jeito nenhum… O sábio, se converte-se em homem das letras, tem de afastar qual medida primeira e imediata qualquer sinal de temor. Ser-lhe-á imperdoável o medo de perseguição a partir do momento em que se colocar a escrever, isto é, a partir do momento em que sua maior virtude se resumirá a ter coragem e sinceridade diante do papel. Se temer a perseguição, é porque não é sábio o suficiente para entender o valor das letras, que lhe dignifica o esforço e o permite justamente se alhear do tempo e converter sua mensagem em relíquia indestrutível, pujante e refratária a perseguições.