Muito menos impressiona o impacto da morte e seus inumeráveis arautos do que a capacidade humana de viver ignorando-os todos, viver como se a possibilidade de que subitamente se mostrassem fosse inexistente. É realmente extraordinário que o grosso das mentes passem a vida inteira sem refletir por um segundo nesta que talvez seja a única certeza existencial, e que portanto nem suspeitem da escancarada fragilidade de tudo. E assim de novo e de novo aquele que pensa há de defrontar a surpresa alheia com aquilo que, de forma nenhuma, deveria surpreender.