É divertido imaginar como reagiriam os velhos e rigorosíssimos tratadistas dos séculos XVIII e XIX caso soubessem que em pouco viria à luz, sob aplausos nunca dantes testemunhados, uma poesia cuja receita resume-se a dizer tolices em versos sem métrica, sem ritmo, sem pontuação e sem maiúsculas. E imaginá-los a cotejar as tão criticadas insubmissões românticas com isto! Mas o mais curioso, e talvez demasiado patente para ser ignorado, é não ter o fenômeno se resumido à poesia, abrangendo também e a música e ainda mais escandalosamente as artes plásticas. Impôs-se o homem comum e impôs a todas as esferas as suas preferências, as suas capacidades e as sua visão de mundo. Reclamou para si todos os meios, apropriou-se do melhor posto em todas as funções. É consumada a vingança após tantos séculos de opressão!