O tédio, a lassidão e os vícios que deles decorrem só se dão quando não se executa algo para o qual o espírito se volta motivado. Como não se pode fazê-lo o tempo inteiro, todos experimentamos algo destes vícios. Contudo, há uma diferença enorme entre aqueles que diariamente exercem algo motivante, e que portanto lhes suga a atenção e o interesse, e aqueles que não o fazem. Estes acabam como que se deixando conduzir por impulsos automáticos, num ciclo que não pode senão produzir o tédio mais incômodo e nocivo. Privam-se, pois, desta delícia que é o entusiasmo por alguma finalidade, que é direcionar a ela o espírito cheio e experimentar a sensação de que o tempo foi bem aproveitado. A própria vida, como por mágica, torna-se estimulante.