É interessante constatar como alguns destes livros de relatos de aventuras fazem uma literatura superior à maioria dos romances ficcionais. É curioso porque, ao menos teoricamente, um relato atém-se aos fatos, isto é, sai como falto de possibilidades imaginativas. Ainda assim, é frequentemente melhor do que engenhosas construções mentais. Por quê? Decerto, não pela linguagem. Como vantagem, poder-se-ia apontar nele uma verossimilhança garantida: sendo real, mais facilmente convence. Mas quando pensamos mais um pouco, essas minúcias cedem perante o óbvio mais patente: fazer boa literatura é, essencial e simplesmente, contar uma boa história. Se a história é boa, o livro acaba por bom. Se não é boa, é inútil sustentá-la com artifícios. No fim das contas, dá-se o mesmo com os relatos e com a literatura ficcional.