Mas donde? pr’onde?…

Mas donde? pr’onde?...

Mas donde? pr’onde? E logo o palavrório
Que não causa senão divertimento,
E faz contaminar o pensamento
Vestindo de importante o irrisório.

Que peça não comove o auditório,
Paixão que não servira de alimento
Pr’um único ato atroz, sanguinolento,
Tormento que excitou jamais velório…

Preocupação inútil, simulada,
Parece que aventar profundidade,
E adorna o verbo vão de seriedade…

O frívolo discurso envolto em nada
Posterga o que arrepia e quer porquê.
O que lateja e rasga é: para quê?

(Este poema está disponível em Versos)

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