Não há como deixar de enxergar o panorama de degradação cultural em que a sociedade moderna se afundou. Juntamente da ascensão da maioria, em plano superior colocadas suas preferências. O resultado? A alta cultura desprezada, reduzida ao supérfluo. Preceitos comportamentais ditados por uma psicologia de massa infame: todos, obrigatoriamente, a partilhar gostos e hábitos, sob ameaça de punição. E se o acesso foi, como nunca, facilitado, a facilidade redundou em perda de interesse pelo antes raro, em perda de valor. Que fazer, enxergando esse cenário? Contra as imposições da força numérica, nada há de possível: a escala de valores conjunta escapa ao campo de ação do indivíduo. Mas esta é desprezível como tudo o que provém de qualquer maioria. Resta forçoso, porém, uma reação cultural com violência sem precedentes.