O moldar-se psicologicamente não é senão centrar-se em objetivos a serem alcançados por esforço mediante estimulações conscientes. Moldar-se, embora possa ser visto como aperfeiçoar-se, corrigir-se ou transformar-se, em suma encerra um processo em que o consciente digladia por afirmação. Define prioridades, propõe-se ação, policia-se e, com o tempo, consegue o que quer. O problema, porém, é que a mente humana é tanto mais efetiva quanto mais focada trabalhe. Disto procede-lhe uma dura limitação: por efetividade, tem de concentrar-se em fins específicos, tem de focalizar-se a atuação. Assim triunfa, mas triunfa numa parte reduzida de seu escopo. Com o tempo, o esforço transforma-se em hábito, a ação consciente automatiza-se, abrindo espaço para que novos enfoques sejam definidos. Mas o tempo é-lhe limitado… Em resumo: pode moldar-se, mas num moldar-se que define-lhe as proeminências, os ressaltos que lhe são mais importantes — e tem de resignar-se com as próprias limitações sabendo que, necessariamente, terá de lidar com uma parte incômoda e atrofiada de si mesma.