Embora em muito pareçam razoáveis as explicações orientais para as discrepâncias extremas de condições em que nascem os seres nesta terra, não parece fazer sentido o psicopata assassino renascer santo, ou o inverso. Quer dizer: onde está, pois, o elo que une naturezas tão diferentes? É muito difícil aceitar a doutrina do carma quando notamos indivíduos pagando por atos que não seriam capazes de cometer. Se uma mesma essência há de se manifestar em variadas circunstâncias, algo de si tem de subsistir para que seja identificável, ou seja, para que seja ela mesma numa circunstância diferente. Não parece plausível que, a cada vida, em se tratando de um mesmo ser, este desenvolva um temperamento que não guarda semelhança alguma com aquilo que foi. Se é assim, o que, então, o define? E como admitir a suposta “evolução espiritual” pela qual deve passar, se a cada vida, irreconhecivelmente, retorna à estaca zero? Para estas perguntas, o que há de respostas não parece satisfatório…