Parece haver algo de errado, contraproducente e absurdo nestas análises acadêmicas de poemas, que dissecam os versos a ponto de ressaltar o efeito expressivo de cada uma das letras que lhes compõem as palavras. O contrassenso salta aos olhos quando defrontamos o resultado: infinitos parágrafos que mais escondem a essência dos versos que a elucidam. É curioso: enxergam estes acadêmicos antes aliterações, antes assonâncias que o próprio sentido das palavras que leem. Não há negar que tais recursos expressivos por vezes reforçam uma ideia; mas é isto que fazem: reforçam, resumindo-se a auxiliares. Chega a ser ridículo querer enxergar o analista intenção expressiva em sibilantes quando o autor limitou-se a usar palavras no plural, para não mencionar exemplos piores. Que é isso? Por fim, ficamos com a sensação de que o que há é uma tentativa de idealização do fútil em detrimento do essencial.