É traço inconfundível das épocas tirânicas a agressão à liberdade de pensamento, que se manifesta sob a forma detestável da censura. Este delírio de submeter as almas a uma uniformidade felizmente jamais se concretizou, embora a violência empregada para concretizá-lo tenha alcançado sempre resultados patentes. A censura ideológica é um crime, injustificável sob qualquer ponto de vista; é uma vergonha em todos os séculos e uma condenação dos próprios valores em que se julga apoiar. Por isso a tentativa hodierna de curvar autores do passado à ideologia vagabunda que dominou o pensamento ocidental, submetendo as universidades e os meios de comunicação, será uma mácula permanente. Somente canalhas incuráveis encontram qualquer coisa de minimamente razoável em censurar aqueles que, mortos, não se podem defender; em lhes adulterar as palavras, falsificá-los e vender como deles linhas que jamais escreveram. Além disso, não há nada a se dizer.