Causa pena imaginar Freud encurralando-se gradativamente numa cela da qual, até o fim da vida, julgou impossível a libertação. O drama de Freud é não ter aparentemente partido do erro, mas sim de uma visão limitada que aprofundou-se e não se expandiu. Parece ele ter carecido de um mestre, ou ter-lhe sido a experiência repetitiva, pobre e insuficiente. É muito difícil não sentir pulsar a antipatia quando se analisa a obra de Freud em conjunto: é preciso serenidade para recordar que esta obra, também, encerra uma legítima tragédia individual.