O cérebro humano, máquina programada para buscar e identificar padrões, — mesmo onde os não há, — só coagido admite as conclusões provenientes da constatação da fragilidade da vida. Parece-lhe antinatural ter como determinante e presumível aquilo que, num átimo, transforma bruscamente a realidade. A falsa lentidão do tempo o ilude, a morosa mudança de estados parece-lhe conduzir a um fim inexistente — e a máquina, assim, dá luz a juízos errôneos sobre a existência. A dinâmica imprevisível da vida aparenta querer forçá-lo a aceitar que nem tudo resume-se a uma relação de causa e efeito; mas, para ele, o fazê-lo é confessar a própria fraqueza e sucumbir ao irracional.
A constatação da fragilidade da vida
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