Entre todas as artes, é a música indubitavelmente a que melhor possibilita a expressão de sentimentos sem nome, estados de alma complexos e logicamente inexprimíveis, como é também a que melhor permite a concatenação de impressões e sensações díspares, operando como que uma conciliação impossível. Deixar-se conduzir por um Chopin é imergir num campo onde afloram emoções múltiplas que atiram a percepção em êxtase. Chopin: o gênio que harmonizou sutileza e intensidade elevando-as simultaneamente ao cume — a primeira mediante a mão direita, a segunda mediante a esquerda.