Lembro-me do dia em que decidi iniciar estas notas. Como todas as decisões importantes, essa veio-me como uma rajada, tomando-me a mente e forçando a ação imediata. No instante seguinte, a reflexão sobre o que escrever. O consenso: começar pelos agradecimentos. Então escrevi sobre Nelson, Dostoiévski, Swift, Pondé e alguns outros, e não tardou uma semana da decisão à publicação das primeiras notas. Pois bem. Ao iniciado, não vejo postura razoável que não seja a de humildade; é necessário prestar contas àqueles que contribuíram, de alguma forma, à sua iniciação. A gratidão é um exercício nobre e proveitoso, o reconhecimento é uma exigência do caráter. Digo isso para concluir: a faculdade do agradecimento parece-me um belo parâmetro para distinguir aquele que, por esforço voluntário, empenha-se para ser maior do que a própria vaidade.