A historiografia proporciona repetidas vezes um choque tão grande, que é impossível ao estudante não entrar num estado de revolta. Isso se dá, por exemplo, quando se estuda o avanço sistemático do Estado sobre as liberdades, penetrando e pervertendo cada vez mais completamente o tecido social, de modo que, hoje, transformado num monstro poderosíssimo, praticamente anulou a possibilidade de reação. A revolta é legítima: por muitíssimo menos sublevaram-se povos e rolaram cabeças. Pensar nos “abusivos” impostos do passado e cotejá-los com a aceitação pacata, bovina de impostos atuais radicalmente superiores é uma punhalada no espírito. Contudo, é preciso vencer a revolta e prosseguir no estudo, já que, antes de tudo, é preciso entender exatamente o que aconteceu.