A idolatria literária perdura e cessa tal como todas as outras: perdura pela ignorância, e cessa no momento em que o idólatra percebe que o idolatrado não se conforma totalmente às suas convicções individuais. Daí que facilmente converte-se em ódio nas cabeças mais fanáticas. A outra senda é a da maturidade, que prescreve entender que um grande autor jamais se adequará inteiramente ao nosso pensamento; do contrário, nada teria a nos ensinar. Mas é difícil, oh, como é difícil ao homem deixar de lado a vaidade e reconhecer no outro o diferente, como é difícil admitir e aceitar a grandeza que não se curva aos ditames de suas convicções! Enfim, é a lição de sempre: grandes autores são como são, e não como gostaríamos que fossem.