A ironia do pensamento racional é exigir tacitamente uma conclusão. Do contrário é declarar-se inútil, constatar que não avançou. E a conclusão é justamente o impossível, o passo em falso e a derrota! Concluindo perde-se o jogo, sepulta-se de antemão possibilidades futuras, declara-se o fim da atividade mental. Disto extraímos: se é para falhar e desistir, que se falhe e desista tarde, somente diante do pressentimento do decesso e se tomado de um impulso irresistível. Schopenhauer, uma mente brilhante, prejudicou-se ao fazê-lo muito cedo: teria tido dias mais tranquilos caso não houvesse caminhado, por quase a totalidade da vida adulta, carregando o peso de suas conclusões.