É verdade: nada parece tão intolerável e tão revoltante como a opressão que quer tirar do homem aquilo que talvez seja a única coisa realmente sua: a liberdade de pensar. Tal violência não é senão uma investida que, efetivada, resulta na anulação do próprio indivíduo. Um homem chicoteado, mutilado ou violado não perde, em nada, aquilo que lhe consiste a essência, portanto parecem estas agressões muito mais leves quando as confrontamos com a supressão de seu pensamento. Quer dizer: o homem, proibido de pensar livremente, perde-lhe a dimensão humana e aproxima-se de um animal.