A linguagem do altíssimo Dhammapada é a única em que preceitos éticos deveriam ser expostos em textos que tencionam ser chamados sacros. O Dhammapada não recorre à lamentável via das ordens e ameaças, em que sobejam verbos no imperativo. Não manda, não exige e, conquanto escrito em linguagem simplíssima, é impenetrável aos desacostumados à reflexão. É um texto luminoso e profundo, destinado a criaturas superiores, que lança mão de uma oratória respeitosa, jamais pretendendo angariar servos, adestrar malfeitores, impor-se mediante um imperativo moral. Disponibiliza preceitos, justifica-os pacientemente, e que os siga quem quiser. Em suma, a linguagem do Dhammapada é aquela que um homem educado utiliza quando respeita a inteligência de seu interlocutor.