Diz o distinto marquês de Maricá que “a misantropia limita-se aos homens, não compreende as mulheres”. Novo engano… Quiçá aplique-se a máxima à misantropia recreativa, à misantropia quando cultivada como hobby; mas não, de forma nenhuma, à misantropia autêntica e profissional. Esta alveja, ou melhor, reage ao comportamento humano, claramente diferente daquele de uma pedra ou de um cachorro, e presente tanto no homem, quanto na mulher. Se uma mulher se comportar como uma pedra, é verdade, há de se admitir que o misantropo a poupará. Mas desde que, oh Deus!, desde que fale, desde que seja capaz de vibrar as cordas e sonorizar uma voz humana, desde que seja capaz de dirigir a outra alma uma palavra, e portanto forçar, impelir, constranger a um ato comunicativo e reclamar para si atenção, fatalmente a mulher estará incluída na lista, o marquês está errado e não há nada que se fazer.