No que tange à técnica poética portuguesa, a poesia silábico-acentual é e sempre será a mais difícil e mais requintada, não importando quantas inovações mais apareçam nem quão mais rara ela se torne. Sua dificuldade, só poderá compreendê-la aquele que se arrisque a fazer um punhado de versos observando-lhe as exigências que, se tornam o trabalho consideravelmente moroso, também entregam um resultado especial. Muito mais conveniente, sem dúvida, é deixá-la de lado e “inovar”. Mas quando se lhe vislumbra as possibilidades belíssimas, entende-se que, em português, não há técnica mais consistente e refinada, cuja boa aplicação eleva sobremaneira a força expressiva e a harmonia de uma composição.