A vida seria mais justa caso fosse possível planejá-la, ou melhor, caso soubéssemos antecipadamente sua extensão. Então que seria infinitamente mais simples balancear, com inteligência, a prudência e a ousadia, descolando de vez uma possível covardia da primeira e uma irresponsabilidade da segunda. É isso, de qualquer forma, um sonho infantil… e temos de viver no escuro, de forma que as próprias palavras prudência e ousadia muitas vezes esvaziam-se de sentido quando miradas em perspectiva: quer dizer, como taxar de prudente, por exemplo, aquele que poupa dinheiro na véspera da morte? Temos, repetindo, de viver no escuro, e isso significa que nosso desconhecimento pode simplesmente anular os efeitos de nossa razão.