Acabo de dar vida a um personagem que dá um nó no raciocínio e contorna um pessimismo terrível bradando: “Bravura é pelejar perdida guerra!”. Cá de fora do poema, diz-me a mente que “burrice” também encaixa perfeitamente na métrica e no ritmo. É verdade, mente, você tem razão… Mas é curioso como o raciocínio amiúde contrapõe-se à honra, exigindo esta uma conduta irracional. “Le cœur a ses raisons que la raison ne connaît point” — assinala lucidamente Pascal. E há vezes em que ser racional é, também, ser medíocre.