Divirto-me analisando a mim mesmo sob a ótica de Jung. Adotando a terminologia já amplamente difundida de Myers-Briggs sou, desde que me lembro, um inconfundível INTJ (com I e J que só fazem aumentar). Tento visualizar-me como o faria Jung, então me insiro no meio circundante: impossível não concluir que queimo vivo numa fogueira! Mas como, ainda, não houve a reação violenta que se poderia esperar de alguém como eu? Talvez tenha havido, e disso é evidência a crescente radicalização de meu comportamento. Um tipo independente, solitário, com necessidade de planejamento, ação e controle não pode reagir tranquilamente se bombardeado o tempo inteiro com o imprevisível, atirado numa situação cada vez mais submissa, instável e invasiva, privado da estabilidade e solidão. Decidir, sempre, mesmo que erroneamente, mas colhendo os frutos do ato individual — o contrário é insuportável! Imagino-me ajeitando os óculos de Jung: “Rapaz, assim não… É hora. Faça algo imediatamente…”