Chega um momento em que cansa a crítica social e cansa uma literatura inteiramente voltada a tipos inferiores. Chega um momento em que aflige, tortura a ausência da representação de um modelo contrário, um modelo superior que instrua e inspire pelo exemplo, ainda que se possa taxá-lo de utópico ou incompleto. A verdade é que, neste sentido, toda literatura pode ser taxada de utópica e incompleta, isto é, de criação imaginária sob uma ótica individual que necessariamente não pode senão abranger uma parcela da realidade. E não se poderão esquivar, nem a literatura, nem o autor, de que tal parcela seja considerada, para ambos, a mais importante.