Do artista o fado é voz dar ao complexo,
Banhar-se imerso em contradita forte,
Certeza ter, então, perder o norte,
Quedar, por fim, inválido e perplexo.Chorar mirando o juízo desconexo,
Ansiar por luz e não achar suporte,
Curvar-se ao mesmo tempo à vida e à morte,
E divisar no ambíguo o seu reflexo.Oh, dura guerra interna e verbo pobre!
O mesmo enigma que à verdade encobre,
Perturba o espírito, à razão retalha,Arroja a mente em campo de batalha
Sem armas, em fraquíssima armadura,
Trajada do indumento da loucura!
(Este poema está disponível em Versos)
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