É difícil imaginar outro país ocidental nas condições brasileiras, isto é, onde a alta cultura não apenas não influi, mas como inexiste. A parcela da população que constitui exceção a esta regra é tão ínfima, tão desprezível, que é como se não existisse socialmente, pois o que tem de distintivo não o manifesta em ambiente comum, e nem poderia fazê-lo, mesmo que quisesse. Se cresce nela envolvida, se guarda em si algo da alta cultura, o faz em silêncio, reservadamente. E passa uma vida inteira desta forma, levando uma existência paralela, nunca revelada aos demais. Não se pode subestimar um ambiente como este, contudo, positivamente, dele se pode extrair uma energia fenomenal.