É muito difícil acostumar a mente ao preceito estoico de não se preocupar com as condições sobre as quais nada se pode fazer, porque são estas frequentemente as mais torturantes e as que mais se gostaria de superar. Contudo, nota-se que a tensão resultante é quase sempre decorrente do contraste entre a realidade e uma situação desejada, sendo esta obra do desejo, e este filho do amor-próprio. Assim, percebe-se claramente que destruir o amor-próprio é derrubar toda esta cadeia aflitiva, mas quão difícil é fazê-lo sem descambar na inércia improdutiva! Vai muito até que a mente se acostume a agir sem expectativas, e quando se alcança esse estado beatífico, nota-se que ele é também instável, e exige muito esforço para que se faça perdurar.