É sempre perigoso ao artista equilibrar a necessidade de abrangência com a necessidade de não se afastar demasiado do essencial. A primeira é necessária por delimitar, queira-se ou não, a dimensão do próprio artista, cuja obra passará por míope ou viciosa caso não possua se não um equilíbrio, uma variedade que a aproxime razoavelmente daquilo em que consiste a vida e o mundo real. Daí que alguns, resolutos a vencer tal problema, acabam por perder-se em obras que menos agregam e mais descaracterizam a identidade do autor. Não há medida segura. O que é certo é que, assim como pode parecer cansativa a insistência em obsessões que não possuímos, desanima quando nos deparamos com obras nas quais não encontramos resquícios de um artista que julgávamos conhecer.