Em português, a beleza e precisão do discurso, seja em prosa ou em verso, dá-se principalmente pela boa escolha dos verbos. Estes, bem selecionados, dispensam advérbios e evitam perífrases, só justificáveis quando pede a cadência. Impressiona notar a quantidade de verbos do idioma, algo que obriga um estudo apurado e constante ao artista sério, que só os dominará talvez após longos anos de esforço. Flaubert, se escrevesse em português, provavelmente dedicaria a eles, e não aos substantivos, a sua obsessão.