Embora seja interessantíssimo constatar similaridades na abordagem de diferentes tradições do pensamento ao problema central da experiência humana, e embora elas possam efetivamente instigarem o despertar da consciência, não errará quem disser que todos os livros já escritos são insuficientes para que o indivíduo complete-se nesta terra, quer dizer, são eles inúteis a menos que estimulem a ação. Por isso este problema, que já rendeu linhas infinitas, ficará, a nível individual, sempre por resolver, a despeito da qualidade do manual utilizado. O espírito que desperta ou, melhor dizendo, o despertar, resume-se à constatação de uma obra por fazer, uma obra pessoal e intransferível, sem a qual a própria existência parece esvaziada de sentido. Portanto são muitas as vias que conduzem a este que seja talvez o momento capital de uma vida, mas os caminhos são inúteis, senão quando justificados pelo ato de percorrê-los.