Quando se olha para trás e se nota que, há não muito tempo, eram grandes artistas a comandar os teatros, definir-lhes a programação e, portanto, determinar as obras com as quais o público entraria em contato, percebe-se que, em algum momento na história, mudou-se a ordem e a grande arte desapareceu dos cartazes. Salvo exceções honrosas, o que houve foi uma inversão completa: antigamente, o diretor do teatro selecionava o que o público veria; agora, é o público que dita o que o diretor tem de apresentar. Assim, os mesmos estabelecimentos antes consagrados à arte tornaram-se casas de entretenimento. É como se o mundo moderno já não visse potencial educativo na arte, concentrando-se em outros interesses. Se algo há de se concluir é que a alta cultura, embora hoje mais acessível, já não bate por acaso na porta de quem a não procurar.