Pensando friamente, é dúbio o julgamento de Pound de que grandes artistas sempre sobrevivem e sempre sobreviverão. Embora o tempo frequentemente opere correções na fortuna de muitos autores, é difícil concluir que seja ele justiceiro infalível. Basta pensar no número de obras perdidas da Antiguidade — uma objeção assaz contundente. Mas é possível pensar, também, nos artistas jamais contemplados: quantos seriam?… Somos forçados a admitir que a sorte, esta sim, é sempre determinante.