Existencialmente, há apenas um parâmetro relevante: o grau de satisfação do indivíduo com a própria vida. Dele derivará sua felicidade e sua miséria, no sentido mais preciso de ambos os termos. Embora simplíssima, e não represente senão o sentimento de fazer aquilo para o qual se nasceu, a satisfação exige, primeiro, a consciência da individualidade, do livre-arbítrio e da capacidade de criação. O resto é afirmá-los de contínuo, resumindo a própria existência a este ato. Fazê-lo é simplesmente ser com consciência e plenitude, e com fazê-lo desaparece a relevância de todas as demais questões. Aquele que experimenta satisfação com a própria vida é tomado de uma vontade, de uma euforia saudável que impulsiona a mais viver. Em mesma medida, a insatisfação gera o impulso contrário. Daí que, em essência, felicidade e miséria são alheias ao conforto e referem-se sobretudo a um estado interior.