Há um curioso vácuo que se segue a atos cruentos, apaixonados, irrefletidos, em que o homem extrapola os limites da ética. Parece a consciência emergir questionando razões, quando já não é possível desfazer o que se fez. O vácuo se impõe, geralmente resultando em arrependimento dos desnecessários excessos. É cabido o cotejo com o déspota que, num rasgo de cólera, comete uma injustiça tão indevida quanto escusada. Então se nota que, nuns, é tal vácuo instrutivo; enquanto, noutros, parece legitimar a imoralidade e prenunciar excessos ainda piores.