Deus! Quanta vida nestas linhas! Contudo… É lamentável. Um espírito notável digladiando-se, corroendo-se e esmorecendo em meio a anseios de quinta categoria. Turvado por paixões, que lhe desviam o foco e sugam-lhe a energia, Cesare Pavese expõe, neste diário intitulado Il mestiere de vivere, um conflito interior atrocíssimo que desperta, ao mesmo tempo, empatia e pena. Tormentos terríveis, terríveis; e os motivos… injustificáveis, indignos da estirpe do poeta. Numa nota, a prudência: “maturità è l’isolamento che basta a se stesso”, pouco depois, a recaída: “la massima sventura è la solitudine” — manifestações de um espírito que sucumbiu às fraquezas da raça. Pena, muita pena…