Há vinte e seis séculos atrás, já notava Lao-tsé que a liberdade das próprias ideias é a marca do “homem moderado”, como diz minha tradução inglesa. Poderíamos alterar este adjetivo para prudente, sábio, superior. Se há um traço que distingue naturezas baixas, imaturas e que não evoluem, é o apego àquilo que pensam e acreditam. Deste apego, — destas correntes, — que não pode ser interpretado senão como manifestação da vaidade e de uma estúpida presunção, correm os dias e o tempo não faz aprimorar o ser engessado, o ser hostil a tudo quanto lhe é novo e diferente. Moderação, se fôssemos defini-la na acepção utilizada neste trecho do Tao Te Ching, diríamos ser a capacidade de ceder e aceitar o diferente — virtude inimaginável para o presumido que se reputa o centro do universo.