Graças a Deus, não habito clínicas de psicologia, mas apostaria que a logoterapia de Frankl supera a psicologia analítica de Jung e a psicanálise de Freud juntas em taxa de casos de impressionante mudança comportamental e sucesso terapêutico. Na logoterapia, vejo claríssima uma porta de saída para o caso de boa aplicação; algo que enxergo, também, na psicologia analítica de Jung, mas não na psicanálise de Freud, que mais parece um sistema paliativo de que o paciente jamais se poderá livrar — ao menos, não em casos verdadeiramente sérios. É verdade: há casos e casos — talvez, baseio-me nos infrequentes para a conclusão. A psicanálise moldou-se aos seus pacientes, e para eles pode ser efetiva. A psicologia analítica, mais abrangente e profunda, também é capaz de tratá-los — embora talvez para alguns “tipos psicológicos” seja menos agradável e, consequentemente, menos satisfaça. Para muitos pacientes, basta-lhes o desabafo de rotina; mas para o desesperado, o expressamente desiludido que entre num consultório em desamparo pleno, carregando em mãos uma vida medíocre e insatisfatória, que lhe inibe metodicamente as aspirações e não entregue sentido — para este, o candidato a suicida, o sentar num divã confortável e movimentar os músculos faciais é inútil, e o discípulo de Frankl parece-me o melhor preparado para entregar-lhe uma solução definitiva e dificilmente alcançável por outras terapias.