Perdoem-me os budistas, — pelos quais tenho grande respeito, — mas não posso negar a sensação que experimentei ao percorrer o Mulamadhyamakakarika, do renomadíssimo Nagarjuna. Que dizer? O problema acaso esteja em minha tradução? Não creio… Mas confesso, lendo estas linhas, ter-me sentido não diante da iluminação de um sábio eminente, mas da morbidez delirante de um faquir. Sim, sim, pedras, por favor! Ainda que Nagarjuna, em palavras, mostre-se avesso à conduta de faquires, sou incapaz de imaginá-lo em estado de espírito superior, ao argumentar como empregando a lógica a romper os limites do absurdo. Disse lógica? Já parece faltarem-me palavras… De todo modo, é possível que o problema esteja em mim mesmo; mas não há motivo para ocultar essa estranhíssima sensação.