É verdade: não é possível destacar-se do meio, ser um fantasma, completamente alheio ao próprio tempo. O meio, queira-se ou não, é componente importante. Entretanto cabe um exercício diário e proveitoso que consiste no distanciamento ou, em outras palavras, no silêncio. Voltar os olhos para dentro e, na medida do possível, ignorar o ambiente. Escolher o isolamento, negar a participação ativa, aceitar e adaptar-se. Buscar, se possível, fechar os ouvidos, bloqueando a influência externa. E, assim, permitir que fique do meio tão somente a parte inextinguível ou, façamos uma concessão, a parte essencial.