A verdade tem de ser dita: nem o hábito mais profundamente arraigado resiste às reais e inequívocas vantagens que estes modernos aparelhos eletrônicos oferecem à leitura quando comparados a um livro físico. Basta um único teste. A flexibilidade de posições de leitura, a possibilidade de personalização de fontes e espaçamentos, a desnecessidade de qualquer cuidado com a iluminação externa, e, sobretudo e principalmente, a tremenda, incomparável facilidade em se destacar trechos, fazer anotações e enviá-las, prontas, para um computador, onde poderão ser instantaneamente localizadas em caso de necessidade futura. Aí está, sem dúvida, algo que extrapola muito o hábito: trata-se da possibilidade de reduzir um trabalho monstruoso, quer na organização, quer em futuras pesquisas. Dezenas de minutos efetivamente transformados em segundos. Não aderir à novidade, portanto, é algo pouco inteligente. Assim que não há como não prever um futuro no máximo incerto para os livros de papel. E então?