No ocidente, a gradativa facilitação do acesso aos livros não foi acompanhada de um gradativo aumento na compreensão da realidade. Muito pelo contrário: nas últimas décadas, em que o acesso tornou-se de uma facilidade monstruosa, parece ter havido também um aumento monstruoso na confusão mental em que o ocidente se encontra. A ironia disso tudo é o retornar de problemas muito velhos, e que pareciam há muito pacificados — problemas que, teoricamente, um pouco de estudo poderia resolver. Por algum motivo, parece que a inacessibilidade despertava uma curiosidade que, por sua vez, era um incentivo à leitura e ao desejo de compreensão. Não há como negar: o homem inclina-se a julgar o mais acessível como menos interessante — desgraçadamente.