Hoje, um imbecil sente a vaidade arranhada e, em vingança, age à socapa para prejudicar o outro, movendo contra ele uma campanha de ódio — isto é, incitando outras pessoas a odiá-lo; congregando uma maioria covarde. Há alguns séculos o ofendido, o verdadeiramente ofendido, podia lançar mão do desafio, requintando-o caso deixasse a escolha da arma a cargo do desafiado. Este, recusasse, assumia-se covarde e a honra do ofendido era automaticamente desagravada. O duelo era instrumento que atirava ofensores em péssima situação: o ofendido só tinha a ganhar. Perdendo o duelo, saia como corajoso; vencendo-o, tinha o prejuízo moral retribuído. Como tudo mudou! Nesta era de covardes, o duelo em condições de igualdade já tornou-se literatura: não há quem desafie e muito menos quem tenha coragem de aceitar um desafio. Naquele tempo, onde a possibilidade de um duelo era patente, as pessoas respeitavam-se mais.