É sempre tarde para fazer o que poderia…

É sempre tarde para fazer o que poderia ter sido feito antes, mas sempre possível livrar-se do peso de não ter tentado. Há barreiras para as quais a justificação é de praxe gratuita: se algo parece bom, que seja feito! O resto será experiência e aprendizado. A mente custa para se libertar de amarras antigas, mas os anos demonstram que nunca se arrepende quando se vence a resistência mental e se arrisca à novidade sinceramente desejada; mais do que isso: são atos deste tipo que frequentemente entram para a memória como as melhores decisões.

Não há satisfação verdadeira até que o espírito…

Não há satisfação verdadeira até que o espírito aprenda a concentrar-se no pequeno, no acessível e no diário. A mente é traiçoeira porque, de olhos fechados, o ato não pesa e desconhece limites. Descuidando-se, vai-se facilmente para muito longe, nada se aprende e nada se faz. Há talvez prazer, certamente distração, mas ambos diáfanos, ambos desprovidos da densidade característica do real, a qual substancia o pequeno e gera frutos verdadeiros.

Escolher um caminho

Escolher um caminho é, sempre, não escolher todos os demais, e é isso que o torna especial. A escolha, pois, escolhe e abdica, e sustentá-la envolve tanto a valorização do caminho escolhido, como a aceitação do afastamento daqueles que se não escolheu. Muitos não o suportam, como também não suportam que viver é escolher. Porém, gostando-se ou não, deixar de escolher é também uma escolha, e colhe-se de todo modo os frutos desta decisão.

Às vezes parece a revolta de uma estupidez colossal

Às vezes parece a revolta de uma estupidez colossal, e mesmo que busquemos justificá-la, percebemos-lhe um fundo de imaturidade do qual ela não consegue se despojar. Manifesta-se, sobretudo, a carência de um senso de proporcionalidade mínimo, capaz de perceber que o contraste entre sujeito e objeto frequentemente os coloca em planos distintos, cabendo ao lado mais fraco, se sensato, apenas a consciente integração.