É impressionante como fui capaz de enxergar Antero através de seus versos. Leio-lhe uma biografia, e uma infinidade de fatos não descritos assomam-se a mim como óbvios — fatos que acabo confirmando na pena de outros biógrafos. Assim, compreendo-o inteira e perfeitamente, desde os tormentos íntimos à conduta; e se um Eça diz-lhe a convivência “fugidia”, embora “consoladora”, já sei os motivos, já deduzo o mistério que esconde essa postura aparentemente contraditória. Sei como Antero se sentia, e sei como lhe era pesado um fardo do qual não podia falar. É comovente vê-lo descrito por Eça, ver como impôs uma vitória esmagadora sobre seus conflitos interiores através de sua personalidade. E, finalmente…